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Bancos Digitais e Open Banking: O Que Muda Para Você?

Bancos Digitais e Open Banking: O Que Muda Para Você?

24/11/2025 - 06:34
Marcos Vinicius
Bancos Digitais e Open Banking: O Que Muda Para Você?

O cenário financeiro brasileiro vive uma transformação profunda. Novas tecnologias, regulação e comportamento do consumidor redefinem a forma de lidar com dinheiro.

Este guia explora os principais impactos, desafios e oportunidades que surgem com o avanço dos bancos digitais e do Open Banking.

Crescimento e Adoção do Open Finance no Brasil

O Open Finance no Brasil conquistou ritmo acelerado desde seu lançamento. Em média, 2 milhões de novos usuários por mês aderem ao sistema, quase sete vezes o crescimento do Reino Unido.

Hoje, cerca de 28% da população bancarizada já compartilha informações via Open Finance, ampliando a competitividade e a personalização de serviços.

  • 800 instituições financeiras aderidas após um ano
  • 10 milhões de consentimentos ativos para compartilhamento
  • Mais de 7 bilhões de transações interbancárias on-line

O roadmap regulatório inclui portabilidade de crédito consignado em 2026 e novas funcionalidades até dezembro de 2025, garantindo expansão contínua e segura.

A Revolução dos Pagamentos Digitais

Nas últimas duas décadas, as transações financeiras não monetárias se multiplicaram por dez. Em 2024, o volume global atingiu 1,685 trilhão, com projeção de chegar a 3,540 trilhões até 2029.

Na América Latina, pagamentos instantâneos e carteiras digitais já representam 47% das operações, bem acima da média global de 25%.

  • CAGR projetada de 22,4% (2024-2025)
  • Pagamentos digitais devem dobrar até 2029
  • Carteiras e instant payments dominando o mercado

Esse movimento cria novas oportunidades de monetização e inovação para instituições ágeis, ao passo que desafia modelos tradicionais de cobrança de tarifas.

O Papel do Pix como Protagonista

O Pix se tornou sinônimo de transferência instantânea no Brasil, oferecendo maior flexibilidade, transparência e execução em tempo real.

Controlado pelo Banco Central, o sistema elevou o nível de segurança e inclusão, conectando pessoas e empresas sem custos diretos.

Para os bancos, dominar o Pix é essencial. Estratégias como o NuPay do Nubank buscam competir, mas a popularidade e a robustez do ecossistema Pix tornam-no difícil de superar.

Expansão das Fintechs e Paytechs

Fintechs e paytechs aceleram a transformação ao oferecer soluções mais ágeis e personalizadas. Cerca de 40% dos pequenos e médios comerciantes planejam migrar para paytechs nos próximos 12 meses.

Apesar de 66% dos comerciantes ainda confiarem mais em bancos tradicionais, o crescimento das transações não monetárias reforça o poder das novas plataformas.

  • Concurso por espaço em crédito e meios de pagamento
  • Soluções personalizadas ganhando tração
  • Parcerias entre bancos e fintechs se multiplicam

Essa dinâmica fortalece um ecossistema mais inclusivo e diverso, beneficiando consumidores e empreendedores.

O Valor dos Dados e Monetização

Dados financeiros são o novo petróleo para instituições. Compreender hábitos de compra permite ofertar produtos de forma precisa e mais lucrativa.

Para o consumidor, as carteiras digitais trazem cashback, brindes e programas de fidelidade, aumentando o engajamento e a retenção.

Transformar dados em valor requer estratégias robustas de proteção e privacidade, garantindo confiança mútua e longevidade.

Desafios dos Bancos Tradicionais

Bancos convencionais enfrentam obstáculos para integrar pagamentos ao mesmo nível de agilidade das fintechs. Em muitos casos, a conta corrente, a maquininha e os programas de fidelidade estão desconectados.

O risco de perda de receita e clientes cresce à medida que taxas de intercâmbio e modelos tradicionais perdem apelo. A modernização dos sistemas de pagamentos e a união de dados são imperativas.

A adoção de fluxos de pagamento integrados e a oferta de soluções completas podem reverter perdas e reposicionar os bancos como protagonistas mais amplos do ecossistema financeiro.

Inteligência Artificial no Setor Financeiro

Paytechs lideram o uso de IA generativa, com 60% de adoção global, enquanto apenas 41% dos bancos utilizam a tecnologia. Nas Américas, os números são 52% para paytechs e 36% para bancos.

A IA permite adaptar produtos rapidamente, prever churn, personalizar ofertas e otimizar processos de crédito. O resultado é aumento na taxa de conversão e previsibilidade de caixa.

Em um futuro próximo, a competitividade dependerá da capacidade de aproveitar modelos de machine learning para escalar serviços e reduzir custos operacionais.

Conceito e Objetivos do Open Finance

Open Finance representa a evolução natural do Open Banking, trazendo o cliente para o centro do sistema financeiro. Seu objetivo é garantir controle total sobre seus dados e facilitar a portabilidade de informações.

Com o Open Finance, o consumidor pode compartilhar históricos bancários, de investimentos e de seguros, obtendo produtos mais vantajosos e um panorama completo de sua saúde financeira.

Essa abertura gera maior inclusão, transparência e inovação, criando um ambiente propício para o surgimento de novos serviços e fortalecendo a relação entre usuários, fintechs e bancos.

Desafios Futuros e Próximos Passos

Embora o avanço seja positivo, questões como governança de dados, segurança cibernética e educação financeira demandam atenção contínua.

Instituições precisam investir em infraestrutura tecnológica, capacitação de equipes e em campanhas de conscientização para que clientes aproveitem ao máximo os benefícios do Open Finance.

Ao unir inovação, regulação e foco no usuário, o Brasil pode consolidar-se como referência global em serviços financeiros digitais, promovendo um ecossistema mais inclusivo e eficiente.

Marcos Vinicius

Sobre o Autor: Marcos Vinicius

Marcos Vinicius