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Cibersegurança em Fintechs: Protegendo Seu Dinheiro na Era Digital

Cibersegurança em Fintechs: Protegendo Seu Dinheiro na Era Digital

18/10/2025 - 05:22
Giovanni Medeiros
Cibersegurança em Fintechs: Protegendo Seu Dinheiro na Era Digital

Em um mundo conectado, onde cada transação financeira ocorre em frações de segundos, a confiança do usuário é o ativo mais valioso. No Brasil, essa dinâmica se intensifica: somos referência em inovação, mas também alvo constante de ameaças virtuais. Como, então, garantir segurança sem frear o progresso?

O Paradoxo Brasileiro na Cibersegurança

O Brasil se destaca globalmente pelo pioneirismo em soluções como o PIX e um dos ecossistemas de Open Banking mais avançados do mundo. Contudo, esse sucesso atrai olhares maliciosos: são mais de 1.752 ataques semanais por organização no setor financeiro e uma média de um ataque a cada cinco segundos.

Esse cenário coloca fintechs e usuários em alerta permanente. Cada transferência, cada pagamento, carrega consigo a urgência de proteção robusta. A segurança não é mais apenas um requisito técnico, mas um compromisso ético e comercial.

Cenário de Ataques Cibernéticos

Entre setembro de 2024 e fevereiro de 2025, as instituições financeiras brasileiras registraram índices alarmantes:

  • Média de 1.752 ataques semanais por organização;
  • Mais de 100 mil incidentes no primeiro semestre de 2025;
  • 60 bilhões de tentativas de invasão em 2023;
  • 38% da população sofreu golpes bancários em março de 2025.

Os cibercriminosos exploram técnicas sofisticadas, como injeções SQL e falhas em aplicações web, potencializadas pela:

  • Digitalização acelerada;
  • Adoção massiva de serviços em nuvem;
  • Crescente dependência de APIs.

Essas vulnerabilidades exigem respostas rápidas e precisas. Não basta reagir: é fundamental antecipar cada movimento do invasor.

Desafios Específicos das Fintechs

O crescimento exponencial das fintechs brasileiras trouxe desafios únicos. Em 2024, foram concedidos R$ 35,5 bilhões em crédito, e mais de 67,5 milhões de clientes pessoas físicas utilizam serviços digitais diariamente. No entanto, essa popularidade também abre brechas para o crime organizado explorar lacunas regulatórias.

A Receita Federal identificou que criminosos se aproveitam de falhas na rastreabilidade de recursos, tornando difícil acompanhar cada movimentação. Para conter essa prática, as instituições devem fortalecer processos internos de compliance e auditoria.

Marco Regulatório e Mudanças Recentes

Para elevar o nível de segurança, o Banco Central aprovou, em 2025, as Resoluções 494 a 498. Elas representam um marco que redefine governança e resiliência cibernética do setor.

Além disso, a Operação Carbono Oculto e a Instrução Normativa RFB nº 2.278/2025 elevaram o patamar de transparência e prestação de contas. Fintechs agora precisam comprovar controles de segurança e atender a exigências de capital mínimo, garantindo nível de governança comparável a bancos.

Estratégias Práticas de Proteção

Para enfrentar ameaças cada vez mais sofisticadas, as fintechs devem adotar abordagens proativas. Especialistas recomendam três pilares de atuação:

  • Detecção de ameaças em tempo real com monitoramento contínuo de logs;
  • Prevenção contra ataques de dia zero utilizando inteligência artificial;
  • Automação de resposta a incidentes para mitigar riscos em segundos.

Ao integrar essas camadas, as fintechs transformam sua infraestrutura em uma fortaleza dinâmica, capaz de se adaptar e evoluir conforme o ataque surge.

Além disso, é essencial investir em treinamentos periódicos para equipes de TI e conscientização de todos os colaboradores. A segurança é uma cultura, não apenas um conjunto de ferramentas.

O Futuro da Cibersegurança em Fintechs

As projeções indicam que o Brasil investirá R$ 104,6 bilhões em cibersegurança entre 2025 e 2028, um crescimento de 43,8% em relação ao ciclo anterior. Ainda assim, há um gap entre percepção e investimento: segurança é prioridade, mas nem sempre recebe o orçamento necessário.

Para reverter esse quadro, líderes devem:

  • Alinhar prioridades de negócio com proteção digital;
  • Integrar departamentos de TI, compliance e gestão de risco;
  • Buscar certificações internacionais, como PCI DSS e GDPR.

Ao adotar uma postura colaborativa, o ecossistema se fortalece. Fintechs, bancos e reguladores podem criar uma rede de confiança que beneficia toda a sociedade brasileira.

Transformar desafios em oportunidades é possível quando tecnologia e governança caminham juntas. Cada real investido em segurança representa um passo rumo a um sistema financeiro mais resiliente e inclusivo.

Agora é a hora de agir: fortaleça suas defesas, capacite sua equipe e adote as melhores práticas. Seu dinheiro, e de milhões de brasileiros, merece estar protegido na era digital.

Giovanni Medeiros

Sobre o Autor: Giovanni Medeiros

Giovanni Medeiros